Homossexualidade, destino ou escolha?

Nos últimos dias, tem sido notícia um estudo que indica que não há um simples gene da homossexualidade e que ela é determinada tanto geneticamente como vivencialmente. A primeira conclusão é descabida, porque nunca se põe a hipótese simplista de poder haver um único gene da homossexualidade. A maioria das situações patológicas ou desviantes com base genética tem a ver com constelações de genes interactuantes e também de factores epigenéticos, isto é, transmitidos de geração a geração mas não como mutações nos genes propriamente ditos. Há muitos exemplos conhecidos: o sindroma metabólico, a diabetes, as psicoses.

No entanto, este estudo não exclui, antes indicia, causas genéticas mais complexas, não preditivas por qualquer simples gene e associadas a fatores vivenciais, sejam ambientais, sejam psicológicos, nas relações familiares ou outras. Isto vai de encontro ao sentido comum.

Não sendo fanático de Ortega y Gasset, perfilho uma sua máxima: “o homem é ele e as suas circunstâncias”. É uma fonte de variação, circunstancial, sobre outra fonte, a essencial. Em outras palavras, ambiente (em sentido lato) e genética.

Somos mais ou menos inteligentes, mais ou menos fortes fisicamente, mais ou menos emotivos, mais ou menos propensos a muitas doenças. Mais orientados para interesses intelectuais ou menos. São diferenças, num contínuo que se distribui pela clássica curva de Gauss, a curva em sino. O que não impede que haja a noção de anormalidade, que mais não seja a proporção de 95% dos indivíduos que ficam para um lado e outro da média. para além destes, 2,5% ficam à esquerda e outros tantos à direita. são “anormais”. A “normalidade” é  um conceito estatístico, mas com muitos efeitos práticos. Por isto podemos dizer que uma pessoa com IQ 150 é um génio e uma com IQ 80 é retardado e “anormal”. É claro que há outras noções de normalidade ou anormalidade a ter em conta: o que prejudica os outros, o que perturba as relações sociais e de trabalho, o que faz sofrer psicologicamente (hoje chamados de “distúrbios”), etc.

O problema é quando a normalidade ou anormalidade têm significados pejorativos. No caso da homossexualidade, ninguém sabe ao certo qual é a sua percentagem. Fala-se de 10%, o que ultrapassa os 5% de definição estatística da anormalidade ou melhor dito do desvio, mas que está longe de encaixar no consenso de normalidade. 10% não é estatistamente o mesmo que 90%, por mais que respeitáveis e sujeitos de direito que sejam a minoria..

No entanto, estou a falar de meros significados estatísticos, obviamente sem conotação social ou ética. O que não quer dizer que não seja ajustado o termo clássico da estatística, desvio. Da mesma forma, a bíblia da psiquiatria, o DSM, deixou de classificar muitas situações como doenças, mas mantêm-nas como “disorders”. Uma, por exemplo, é a transsexualidade.

No outro extremo da discussão, para mim sem qualquer rigor e só ideológica, está a valorização da homossexualidade como livre escolha. Toda a gente sabe que não é. Não se escolhe ser homossexual como se escolhe um partido ou uma profissão. É uma determinação biológica (incluindo a esfera psicológica) que ainda não compreendemos cientificamente mas indiscutivelmente não é uma escolha fria e consciente. Ou não houvesse todos os conhecidos traumas nessa assunção de identidade de orientação sexual. E, sendo uma simples variante biológica, minoritária, não há razão – para além do social – para se traduzir em orgulho gay ou em cultura gay.

Fora desta linha de raciocínio, outra questão em que tenho pensado sem chegar a alguma conclusão. A homossexualidade desafia a base darwinista da evolução. Atenta contra o interesse da espécie, porque limita a sua reprodução. Para que se tenha mantido, contra todos os fatores adversos, é necessário que tenha alguma vantagem seletiva. Qual?

P. S. Claro que este texto me vai trazer muitas acusações de homofobia. Aguento!

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